domingo, 9 de junho de 2024

QUEM AGRADA A TODOS?

Um velho, um dia, decidiu vender sua mula na feira da cidade. Chamou seu filho e os dois montaram na mula e seguiram para a feira.

Na primeira curva da estrada, uma mulher viu os dois montados no animal e comentou:

- Meu Deus! Dois homens feitos montados nesta mula mirrada!

O velho ouviu e disse para que o filho desmontasse e seguisse a pé. Noutra curva, mais adiante, um homem comentou:

- Que velho mais folgado! Montado e o pobre do filho andando a pé!

O velho novamente deu ouvidos àquelas palavras. Colocou o filho na sela e começou a andar na frente da mula.

Iam andando, quando próximo de uma árvore, um rapaz falou:

- Veja só! O idoso vai a pé e o jovem na boa!

O velho deteve-se e começou a pensar. Nada do que fazia agradava. Então, para dar termo aqueles comentários, fez o que faltava: disse ao filho para segurar as patas traseiras da égua. Ele seguraria as dianteiras. Feito isto, começaram a carregar o animal!

Estavam nisto quando um grupo de aldeões viu a estranha cena. Troçaram dos dois:

- Ora vejam! Os dois endoidaram! O velho está caducando! Onde já se viu carregar uma mula!

O velho parou e sentou-se numa sombra. E disse ao filho:

- Hoje aprendi uma grande lição. Quem dá ouvidos ao que os outros falam, acaba fazendo loucuras! Farei, doravante, o que achar que é correto!

E montaram na mula. Foram à feira e a venderam por um bom preço.

Ouvi esta pequena história nos tempos do primário. Não entendi muito bem naquela época, mas hoje ela vem com uma verdade cristalina: devemos fazer o que achamos que é correto, certo e proveitoso para nós e fazer ouvidos moucos para comentários que nada irão acrescentar aos nossos projetos e planos. Que fique bem claro: comentários de invejosos e não conselhos de amigos e entendidos.

Sendo assim, fica um ditado que é muito útil e serve como ensinamento: “Nem Deus pode agradar a todos”.

2010


AÇÃO DIVINA

Certa vez, um homem teve sua casa invadida por uma enchente. Desolado, ficou na soleira da porta, enquanto as águas subiam. Os vizinhos, vendo que ele nada fazia disseram-lhe para abandonar a casa. Ele apenas falou:

- Só saio daqui se Jesus vier me buscar!

Passou uns minutos e a água já havia subido um metro. Um carro do Corpo de Bombeiros veio buscar o homem. Ele repetiu:

- Só saio se Jesus vier me buscar!

Decorrida uma hora, a água já havia subido dois metros. Um barco do Corpo de Bombeiros veio buscá-lo. Ele, impassível, repetia:

- Só saio se Jesus vier me buscar!

Depois de três horas, as águas já haviam engolido a casa. O homem estava no telhado.

Um helicóptero do Corpo de Bombeiros veio resgatá-lo. Ele continuava dizendo:

- Só saio se Jesus vier me buscar!

Por fim, a casa desabou e o homem morreu.

Quando chegou ao Paraíso, encontrou com Jesus e desabafou:

- Puxa vida! Sempre rezei, fiz caridade, me empenhei em boas obras. Fiz tudo o que o Senhor pediu. E o Senhor não veio me buscar!

O Divino Mestre olhando nos olhos do homem, apenas disse:

- Meu filho, até mandei um helicóptero ir te buscar!

Esta anedota traz um pequeno ensinamento: o que esperamos da ação divina? Esperamos que Deus faça suas obras com alarde e que se manifeste com estardalhaço? Que venha em uma nuvem, seja um vingador? Bem que Ele poderia, pois suas obras são perfeitas. No entanto, Deus é discreto. E se manifesta, discretamente. Cada dia, cada noite, cada vida é um milagre que acontece a todo o momento, em todo lugar. Deus age de maneira sutil e só quando ouvimos com o coração podemos compreender suas ações, no mundo, no universo e em nós.

2010


UNIDOS CONSTRUÍMOS NOSSA FORTALEZA

Numa savana da África, existiam quatro búfalos. Eles pastavam naquela planície, desfrutando uma vida tranquila e agradável: havia muito pasto, água límpida e fresca.

Enfim, tudo o que desejam estava ao alcance deles.

Nesta mesma savana, morava um leão. Sempre rondava aqueles quatro búfalos, buscando devorá-los. Todavia, seus planos eram baldados.

Assim que os búfalos sentiam a presença da fera, juntavam-se no meio da planície, formando um círculo. Com seus chifres ameaçadores, apontados em sua direção, o felino nada podia fazer: tinha que recuar e deixá-los em paz.

E assim era: toda vez que o perigo se aproximava daqueles animais, eles, seguindo seus instintos, iam para o centro da savana e armavam as suas defesas: todos defendiam todos. E o feroz carnívoro batia em retirada.

Mas, um dia, os búfalos começaram a se desentender. Surgiram atritos, brigas e eles se separaram. Era tudo o que leão queria.

Atacou-os e os emboscou, separadamente. Nenhum sobreviveu: todos foram trucidados pela fera.

Moral da historinha: a união faz a força, unidos construímos nossa fortaleza. De fato, cada pessoa tem os seus próprios interesses e possui os seus próprios objetivos. Possui suas qualidades e seus méritos. No entanto, é necessário que haja união para fazermos as grandes coisas. É imprescindível que exista cooperação para alcançarmos o Bem Comum. Quando cada pessoa dá o melhor de si para construir algo melhor, oferta seu tempo e suas habilidades, concentra seus esforços na realização de obras comunitárias, o resultado é sempre positivo. Quando cada um se afasta, fica alheio ao que acontece à sua volta, luta sozinho, ele perde, todos perdem. Unidos somos fortes. Só quando este pensamento for levado a sério é que poderemos fazer o que antes julgávamos ser impossível.

Quando os homens se unem, perdem a noção de suas fraquezas”. Montesquieu

“Não fez. Ajudou a fazer”. Geraldo Raimundo de Sousa – LALAI

2010

 

A DIVERSIDADE GERA A UNIDADE

Um discípulo, certa vez, indagou ao seu mestre:

- Mestre, por que existe tanta diferença entre os homens? Por que existem tantas raças, credos, línguas, povos e nações? Por que cada um tem suas características próprias que o tornam diferente dos demais, causando conflitos e dificuldades que acontecem em todo o mundo? Não seria melhor se Deus fizesse cada homem igual? Se Ele o assim fizesse, não haveria guerras, brigas e o mundo viveria em paz.

O mestre olhou para o horizonte e, após pensar algum tempo, respondeu à indagação do pupilo, que ansiava por suas palavras de sabedoria:

- Sim, meu caro. Podes até ter alguma razão em sua teoria: se todos fôssemos iguais, iríamos gostar das mesmas coisas e não aconteceriam conflitos e guerras entre os seres humanos. Todavia, pensai bem: se houvesse um só tipo de ser humano, uma só raça, uma só crença, uma só língua e uma só nação, o mundo seria mais triste, pois o que torna a vida alegre é a diversidade de cores, raças, credos e línguas. O ser humano, sendo múltiplo, realiza coisas incríveis.

O discípulo pediu um exemplo. O Mestre não se esquivou:

- Olhai para sua mão. Veja seus dedos. Se todos os seus dedos fossem iguais, você poderia realizar um número diminuto de tarefas. Como cada um possui um tamanho diferente, a mão é uma ferramenta maravilhosa. E todos eles são os dedos da mesma mão, apesar de diferentes. Em suma: a diversidade gera a unidade. O discípulo entendeu a lição do mestre. O progresso humano não é conseguido pela uniformidade, pela padronização de pessoas ou de determinado grupo ou raça. Quando respeitamos o que é diferente estamos aceitando a nossa unidade, a grande irmandade a qual todos nós pertencemos.

 

A CRUZ MAIS PESADA

Havia um homem que sempre reclamava a Deus, dizendo que sua cruz era muito pesada: sua vida era um amontoado de problemas e ele era a pessoa mais infeliz do mundo.

Seu vizinho tentava acalmá-lo, dizendo que existiam pessoas em situação pior; todavia, nada o fazia mudar de opinião. Sua cruz era a mais pesada da face da terra!

Certa noite, este homem teve um sonho. No sonho, ele estava no depósito das cruzes. Lá podia se ver todos os tipos de cruzes, dos mais variados tamanhos e tipos.

Então, se deparou com o Filho do Homem que lhe falou:

- Já que reclamas tanto da tua cruz, deixarei que escolhas a que quiser!

O homem ficou sem palavras; seus olhos se detiveram numa cruz de ferro, muito grande e pesada.

- De quem seria esta? – perguntou.

- Esta pertence ao teu vizinho – disse o Divino Mestre.

O homem ficou envergonhado: com uma cruz pesada daquelas, seu vizinho era uma pessoa serena, tranquila, que não reclamava da vida que levava.

- Vamos, faça já a tua escolha! – ordenou Jesus.

O homem procurou por algum tempo; por fim, encontrou uma que lhe apetecia: uma pequena cruz de madeira, que ele julgou ser a menor das que havia naquele estranho lugar.

Quando ia deixando o depósito, notou que todas as cruzes possuíam nomes, os nomes das pessoas a que pertenciam.

Curioso, ele olhou para aquela pequenina cruz e viu que seu nome estava nela.

Um homem vivia se queixando porque só comia bananas, mas parou de reclamar quando viu outro homem comendo a casca.

2010


Nenhum comentário:

Postar um comentário

A CAIXA MÁGICA Quando era estudante na UFLA, lá pelos idos de 2001, um professor contou-me esta  historinha que julgo ser salutar e edifican...